Cientistas encontraram vida bacteriana em um lago salgado na Antártida,
isolado da superfície por uma espessa camada de gelo há quase 3.000 anos. Uma
amostra de água recolhida via perfurações no lago Vida, localizado no leste do
continente, revelou a presença de oito grupos diferentes de micro-organismos.
Peter Doran, da Universidade de Illinois (EUA) afirmou à revista Nature que é impressionante que algum organismo
viva em condições tão extremas de temperatura, falta de luminosidade e
salinização. “O lago Vida não é um bom
lugar para se viver".
Alison Murray, do Desert Research Institute em Nevada (EUA), afirma que
as baixas temperaturas – média anual de 13ºC negativos – são o maior desafio à
ocorrência de vida nesse ambiente, tendo em vista também que tem concentrações
muito elevadas de amoníaco,nitrogênio, hidrogênio, enxofre e óxido nitroso.
A habilidade das células de realizar funções metabólicas requer
adaptações especiais nas baixas temperaturas. Além disso, como estes organismos
obtém a energia necessária para suportar a vida no lago?
A camada de gelo impede a passagem
de luz, o que descarta a existência de organismos que façam fotossíntese. As
altas concentrações de hidrogênio e óxido de nitrogênio em forma gasosa,
provavelmente, proporcionam a fonte de energia química para a existência deste
ecossistema isolado.
Este tipo de organismos é classificado como extremófilo.
A maioria dos extremófilos se encontra em 2 dos 3 grandes domínios da
vida, destacam-se Bacteria e Archaea (procariontos), porém, é possível
encontrar representantes também no domínio Eukarya.
Por exemplo, a bactéria Thermus
aquaticus e a archaea Pyrococcus
furiosus, que vivem em altas temperaturas, fornecem DNA polimerases de
grande valia para o aprimoramento da técnica de PCR (reação em cadeia de
polimerase).
Organismos como a bactéria Deinococcus
radiodurans, que é extremamente resistente a radiação, vácuo, frio e ácidos
são chamados de poliextremófilos.
O estudo extremófilos é relevante, uma vez que, por possuírem uma resistência
aos ambientes mais hostis, semelhantes a terra há bilhões de anos quando a vida
se originou, estes microrganismos nos auxiliem a entender a origem da vida.
Além disso, são objeto de interesse para a Astrobiologia, pois podem gerar
hipóteses sobre vida em outros planetas, , como Marte, e satélites como Europa de
Júpiter.
Assim, a descoberta de vida em um dos ambientes mais hostis em toda a
Terra ajuda a ciência a compreender os limites mais extremos possíveis para a
ocorrência de vida, segundo os pesquisadores: "O ecossistema encontrado nos níveis mais profundos do lago Vida nos dá uma
visão melhor de onde podemos procurar um sistema habitável em planetas gelados
do sistema solar".
Fontes:
Último Segundo/Ciência: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-11-27/cientistas-descobrem-bacterias-vivendo-em-condicoes-extremas.html
Astrobiology Magazine: http://www.astrobio.net/exclusive/5384/bizarre-bacteria-in-lake-vostok-study-likely-a-contaminant
Astrobiology Magazine: http://www.astrobio.net/exclusive/5384/bizarre-bacteria-in-lake-vostok-study-likely-a-contaminant
Resumo elaborado pelos acadêmicos: Eduardo Amantea, Mauricio Fugalli e Diogo
Rafael Schneider.
Trabalho de Práticas Pedagógicas.
Disciplina Biologia Celular.
É interessante saber sobre essas descobertas, visto que há algum tempo atrás não havia tecnologia para fazê-las. Quem sabe agora, com o mapeamento genético destas bactérias, possamos responder diversas questões que permanecem em aberto sobre a origem da vida em nosso planeta.
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