segunda-feira, 1 de julho de 2013

Cientistas descobrem bactérias vivendo em condições extremas em lago da Antártida!


Cientistas encontraram vida bacteriana em um lago salgado na Antártida, isolado da superfície por uma espessa camada de gelo há quase 3.000 anos. Uma amostra de água recolhida via perfurações no lago Vida, localizado no leste do continente, revelou a presença de oito grupos diferentes de micro-organismos.

Peter Doran, da Universidade de Illinois (EUA) afirmou à revista Nature que é impressionante que algum organismo viva em condições tão extremas de temperatura, falta de luminosidade e salinização. “O lago Vida não é um bom lugar para se viver".
Alison Murray, do Desert Research Institute em Nevada (EUA), afirma que as baixas temperaturas – média anual de 13ºC negativos – são o maior desafio à ocorrência de vida nesse ambiente, tendo em vista também que tem concentrações muito elevadas de amoníaco,nitrogênio, hidrogênio, enxofre e óxido nitroso.

A habilidade das células de realizar funções metabólicas requer adaptações especiais nas baixas temperaturas. Além disso, como estes organismos obtém a energia necessária para suportar a vida no lago?
 
O lago Vida (Vostok) fica sob 2,2 milhas de gelo, mesmo assim apresenta formas de vida. 
 A camada de gelo impede a passagem de luz, o que descarta a existência de organismos que façam fotossíntese. As altas concentrações de hidrogênio e óxido de nitrogênio em forma gasosa, provavelmente, proporcionam a fonte de energia química para a existência deste ecossistema isolado.

Este tipo de organismos é classificado como extremófilo.

A maioria dos extremófilos se encontra em 2 dos 3 grandes domínios da vida, destacam-se Bacteria e Archaea (procariontos), porém, é possível encontrar representantes também no domínio Eukarya.

Por exemplo, a bactéria Thermus aquaticus e a archaea Pyrococcus furiosus, que vivem em altas temperaturas, fornecem DNA polimerases de grande valia para o aprimoramento da técnica de PCR (reação em cadeia de polimerase).

Organismos como a bactéria Deinococcus radiodurans, que é extremamente resistente a radiação, vácuo, frio e ácidos são chamados de poliextremófilos.

O estudo extremófilos é relevante, uma vez que, por possuírem uma resistência aos ambientes mais hostis, semelhantes a terra há bilhões de anos quando a vida se originou, estes microrganismos nos auxiliem a entender a origem da vida. Além disso, são objeto de interesse para a Astrobiologia, pois podem gerar hipóteses sobre vida em outros planetas, , como Marte, e satélites como Europa de Júpiter.

Assim, a descoberta de vida em um dos ambientes mais hostis em toda a Terra ajuda a ciência a compreender os limites mais extremos possíveis para a ocorrência de vida, segundo os pesquisadores: "O ecossistema encontrado nos níveis mais profundos do lago Vida nos dá uma visão melhor de onde podemos procurar um sistema habitável em planetas gelados do sistema solar".

Fontes:

Resumo elaborado pelos acadêmicos: Eduardo Amantea, Mauricio Fugalli e Diogo Rafael Schneider.
Trabalho de Práticas Pedagógicas.
Disciplina Biologia Celular.

Um comentário:

  1. É interessante saber sobre essas descobertas, visto que há algum tempo atrás não havia tecnologia para fazê-las. Quem sabe agora, com o mapeamento genético destas bactérias, possamos responder diversas questões que permanecem em aberto sobre a origem da vida em nosso planeta.

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