quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A CAPACIDADE REPRODUTIVA DO GAMBÁ


Pesquisadores da universidade Federal de Minas Gerais, observaram gambás (Bidelphis albiventris) para apresentar os resultados sobre o estudo de sua reconhecida capacidade de proliferação sabendo que o gambá é um baixo produtor de gametas.

Durante os estudos, foram observados que a quantidade de espermatozoides que uma espécie pode liberar em uma ejaculação é diretamente relacionada ao tamanho dos testículos, fatores como ritmo de produção dos gametas e a capacidade de armazená-los nas vias espermáticas.

Foram analisados a secreção de testosterona nos períodos de acasalamento e não-acasalamento e a produção espermática diária, a fim de obter dados morfológicos e funcionais dos testículos do gamba. Os resultados mostram que o gamba, a exemplo de outros marsupiais possuem uma baixa produção espermática diária, cerca de 3 milhões, isso se da pelo fato de possuir poucas espermatogônias, tornando o processo de transformação em 78 dias, o maior entre os mamíferos já estudados. Para compensar, a espermatogênese do gambá ocorre quase sem perdas, em outros mamíferos as degenerações são frequentes e, as vezes, elevadas.

Para explicar esse sucesso reprodutivo mesmo com baixa produção espermática, supõe-se que os espermatozoides destes marsupiais sobrevivam melhor no trato genital feminino por se alojarem em criptas localizadas nas tubas uterinas que funcionam como receptáculos. Além disso, pares de espermatozoides se associam pela cabeça, através do acrossoma, permanecendo assim durante todo o percurso até o momento em que o espermatozoide esteja prestes a penetrar no óvulo.

Outros trabalhos realizados com coelhos mostram que uma fêmea recebe aproximadamente 150 milhões de espermatozoides, sendo que, destes, apenas 0 a 1% atingem a tuba uterina, em marsupiais, a fêmea recebe cerca de 3 milhões de espermatozoides dos quais 5% chegam as tubas uterinas.

Esta contagem demostra que o macho acompanhou a queda na produção de óvulos verificada na fêmea como advento de fecundação interna e viviparidade, mas manteve uma alta fecundidade produzindo espermatozoides capazes de permanecer viáveis no trato genital por mais tempo.

Além disso, a fêmea do gambá pode dar à luz até três vezes durante o ano com gestações que duram de 12 a 14 dias, com 10 a 20 filhotes em cada uma delas. Como nos restantes marsupiais, ao invés de nascerem filhotes, nascem embriões com cerca de um centímetro de comprimento portando as patas dianteiras, que se dirigem à bolsa, onde ocorre uma soldadura temporária da boca do embrião com a extremidade do mamilo. Os filhotes permanecem no marsúpio até uns 3 meses e, quando saem e, ainda não capazes de viver sozinhos, são transportados pela mãe em seu dorso.



Em média com oito dias, os filhotes de gambá apresentavam imaturidade facial acentuada, membros torácicos mais desenvolvidos que os pélvicos, os olhos, as orelhas e a boca ainda estão fechadas. Contudo, existe uma abertura na região anterior da boca onde ocorre a conexão com a teta.

Filhotes com 60 dias de vida já apresentavam pelos distribuídos pelo corpo, membros torácicos e pélvicos bem desenvolvidos, presença de garras em ambos os membros, características faciais bem definidas como presença de vibrissas, olhos proeminentes, mas ainda fechados, e orelhas bem desenvolvidas.



Artigo original: Revista Ciencia Hoje, Volume 18, Número 106, SBPC, janeiro/2005.

Resumo elaborado por: VAGNER KRIGER
Disciplina: Embriologia Animal
Professora: Gladis Franck da Cunha

Outros links: 
http://www.greenpeace.org/brasil/PageFiles/4904/pops_impactosaude.pdf

Um comentário:

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