A
estratégia é usada para evitar a perda dos óvulos após a morte da fêmea
Macho de Rhinella proboscidea copulando com fêmea morta acidentalmente. |
Rhinella
proboscídea é uma
espécie de sapo que mede até 5,5 centímetros, a pele é lisa nos machos e
granulosa nas fêmeas É
encontrado na Amazônia central e difícil de ser observada porque não sobrevive
em regiões desmatadas.
Alimenta-se de ácaros, formigas, aranhas, besouros e grilos e sua reprodução
ocorre entre março e maio.
Este sapo da Amazônia acasala com fêmeas mortas
acidentalmente por asfixia durante o ato. De acordo com os cientistas, embora
em alguns casos a necrofilia (relação sexual com cadáver) possa ser vista como
algo negativo, a estratégia da espécie serve para evitar a perda de ovos após a
morte acidental da fêmea.
A fecundação dos sapos acontece por meio do
estímulo do macho, que usa as patas dianteiras para segurar a fêmea na região
peitoral ou na região pélvica. O abraço pode durar horas ou mesmo dias, antes
da desova da fêmea.
Após
provocar a morte da fêmea por afogamento devido a seu peso, o macho mantém o braço
sobre sua companheira durante horas, à espera que ela libere os óvulos na água
para fecundá-los. A desova contém cerca de 450 ovos.
De acordo com os biólogos do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa), a morte de fêmeas durante o acasalamento é comum
nas espécies de sapos que costumam se concentrar maciçamente em brejos ou
lagoas para se reproduzir.
No geral, o que ocorre com as espécies com um
comportamento similar é que, quando a fêmea morre, o macho deixa de abraçá-la e
a fecundação se perde, nesta espécie, o macho continua apertando a fêmea já
morta até conseguir a fecundação. Não se conhece outra espécie de sapo que
retire os óvulos da fêmea morta e os fecunde.
Morte acidental — A espécie pratica a
"reprodução explosiva", não muito comum entre os sapos e que acontece
quando um número muito elevado de indivíduos se concentra durante dois ou três
dias nos lugares de reprodução, pois ao entrar na água, muitos machos tentam
subir sobre a fêmea, sem deixá-la voltar à superfície, terminando por afogá-la.
O comportamento da necrofilia pode ser explicado
pela teoria da seleção natural, já que o propósito é o sucesso reprodutivo. O comportamento
inédito foi verificado em observações realizadas na reserva florestal Adolpho
Ducke, administrada pelo Inpa e localizada a 26 quilômetros de Manaus. Os
pesquisadores descobriram duas pequenas lagoas aonde grupos de Rhinella
proboscidea iam para se reproduzir e recolheram 15 fêmeas mortas em junho
de 2001 e outras cinco em junho de 2005. Em nenhuma foram achados óvulos, o que
demonstrou que o macho esperou até que os expulsasse.
Os biólogos também colheram e observaram os ovos
deixados pelas fêmeas mortas até que entraram em estado embrionário, com o que
puderam verificar que todos tinham sido fecundados, comprovando a necrofilia.
Referência Bibliográfica:
·
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/sapo-amazonico-pratica-necrofilia-para-preservar-a-especie
Resumo
elaborado pelas acadêmicas: Daiane Rech, Daniela Menegat, Fabíola Ferrari e Jéssica
Joanella.
Prática pedagógica
da Disciplina Biologia Celular.
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