terça-feira, 16 de novembro de 2010

A biodiversidade da Amazônia e a formação dos Andes.

Rã Marciana

Um estudo sugere que a grande diversidade biológica da Amazônio se deve, em grande parte, ao surgimento da Cordilheira dos Andes.

Com base em dados que vão de análises de DNA a estudos detalhados de fósseis e solos, concluiu-se que os grandes pulsos de surgimento de novas espécies na região amazônica coincidiram com as fases de formação das grandes montanhas andinas.

O biólogo brasileiro Alexandre Antonelli, que trabalha no Jardim Botânico de Gotemburgo (Suécia)  é um dos autores da pesquisa publicada na revista "Science". Ele vasculhaou milhares de artigos científicos, em busca de filogenias de grupos de animais e plantas do norte da América do Sul.

A partir dessa pesquisa, os pesquisadores verificaram que o surgimento de várias das espécies estudadas é contemporâneo aos períodos de expansão das montanhas, o primeiro há 23 milhões de anos e, principalmente, a partir de 10 milhões de anos atrás.

Como se calcula o tempo de "nascimento" de uma nova espécie?

As espécies são datadas com base no chamado relógio molecular, que calcula o tempo a partir da quantidade de mutações espontâneas no DNA presente numa dada espécie, quando comparada com espécies aparentadas. Assim quanto mais mutações, ou substituições de bases no DNA, forem encontradas, mais velha é a espécie.

Como há um certo padrão temporal para o aparecimento de tais mutações é possível estimar o período em que determinada espécie surgiu. Este tipo de dado não é o único parâmetro, pois outras informações são necessárias como o registro fóssil, biogeográfico, etc.

Catasetum rooseveltianum
 Os pesquisadores sugerem que quando os Andes "brotaram", sua ação pode ter levado a uma explosão de biodiversidade por diversas razões. A mais simples, explica o biólogo, envolve o isolamento: de populações de uma mesma espécie formando uma barreira geográfica.

Quando duas subpopulações ficam separadas por longo tempo em condições ambientais diferenciadas podem seguir caminhos evolutivos distintos, até virar espécies diferentes (Vicariância).

Peixe-boi marinho
 Além disso, o avanço andino modificou o traçado dos rios e os solos da região. Até 7 milhões de anos atrás, por exemplo, o oeste da Amazônia era um enorme pantanal, que foi soterrado pelos sedimentos das terras altas.

Esses sedimentos, junto com uma a maior quantidade de chuva devida aos Andes, afetaram principalmente o oeste da Amazônia, que é hoje a área mais rica em espécies.

"Uma das possíveis explicações para isso é que essa região ficou com solos bastante heterogêneos, permitindo que muitas espécies diferentes de planta os explorassem", diz Antonelli.

Por Gladis Franck da Cunha
Fonte: recebido por e-mail do prof. Vitor hugo Travi

Abaixo os links das imagens que ilustram esta postagem (não deixem de consultar para conhecer mais sobre estas espécies):

Orquídea (Catasetum rooseveltianum) 

Rã Marciana

Peixe-boi marinho

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