Agora duas equipes internacionais de cientistas foram capazes de criar modelos para determinar parâmetros essenciais da respiração do planeta, a partir de dados obtidos durante dez anos em 250 estações da rede Fluxnet. Segundo os modelos, as plantas absorvem 122 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono por fotossíntese a cada ano - 34% deste total é absorvido pelas florestas tropicais, 26% pelo cerrado, mesmo que estas últimas ocupem o dobro do território.
Um segundo estudo mostra que a quantidade de CO2 exalado por ecossistemas não só depende de variações de temperatura, mas também da água disponível.
COMENTÁRIO ECOFISIOLÓGICO: Como estudado na disciplina de Ecofisiologia Vegetal a quantidade de CO2 liberada pelas plantas está relacionada ao processo de transpiração das plantas. A transpiração é o processo de pelo qual a planta, através dos seus estômatos, absorve CO2 do ambiente e libera água (na forma de vapor) e O2. A transpiração é regulada principalmente pelas células-guarda, que regulam a fenda estomática para atender à demanda fotossintética de aquisição de CO2, enquanto minimiza a perda de água para a atmosfera, assim, o controle estomático acopla a transpiração à fotossíntese foliar.
O trabalho desses pesquisadores não só permite uma avaliação global do CO2 que é fixado na fotossíntese das plantas (conhecida como a Produção Primária Bruta, ou GPP, na sigla em inglês), mas também detalha a sua distribuição espacial.
O segundo estudo centra-se diretamente na respiração dos ecossistemas e os fatores que a acentuam. Embora tenha havido especulações sobre a influência marcante das mudanças de temperatura neste processo metabólico pelo qual os organismos devolvem o CO2 para a atmosfera, os resultados apresentados até agora surpreendem até mesmo os autores da pesquisa: a respiração dos ecossistemas é pouco sensível às mudanças na temperatura do ar, mas é muito sensível às precipitações.
COMENTÁRIO ECOFISIOLÓGICO: Como estudado em Ecofisiologia Vegetal a taxa respiratória aumenta substancialmente com a temperatura entre 0 e 30°C e atinge um platô entre 40 e 50°C. Em temperaturas mais altas a respiração decresce devido à inativação da maquinaria respiratória. Em um ecossistema as plantas estão aclimatadas de modo que a produção de ATP pode ser continuada e o processo respiratório é pouco alterado.
Em relação às precipitações ocorre uma limitação a difusão do O2 nos ecossistemas em que ocorre um excesso de água como o Pantanal, por exemplo. A dificuldade de manter um suprimento de oxigênio para as suas raízes restringe a distribuição de muitas espécies. Plantas adaptadas a ambientes alagados, frequentemente, dependem de uma rede de espaços intercelulares (aerênquimas) que se estende das folhas às raízes, para fornecer uma rota gasosa contínua para o movimento de oxigênio às raízes alagadas. Plantas que não recebem um suprimento adequado de oxigênio não respiram de forma adequada.
A equipe do pesquisador Michael D. Mahecha analisou 60 diferentes ecossistemas e considerou que "a disponibilidade de água desempenha um papel determinante no ciclo de carbono dos ecossistemas." Eles analisaram savanas, áreas de florestas tropicais, os ecossistemas agrícolas e os bosques da Europa Central e ficaram muito surpresos com o fato de que todos eles reagem de forma muito similar às mudanças de temperatura.
Os COMENTÁRIOS ECOFISIOLÓGICOS são da Prof. Dra. Liane T. Dorneles
O texto completo da NOTÍCIA está disponível no Terra Notícias
Fonte da Ilustração: Blog da Marilia
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